Não morreu, mas enfrenta problemas no seu relacionamento com seus pais.
Não consegue dizer "eu te amo" olhando nos olhos e essa frieza dói tanto que respinga na relação com seus filhos.
Não morreu, mas precisa curar sua infância na terapia e sente que seria mais amoroso(a) se tivesse recebido mais amor em vez de tapas.
Não morreu, mas se tornou uma pessoa violenta com seu companheiro(a) e com seus filhos.
Não morreu, mas naturaliza a violência e enxerga nela uma forma de educar.
Não morreu, mas pra esquecer se entrega à bebida, drogas ou precisa de antidepressivos.
Não morreu, mas é inseguro(a) e confunde violência com afeto.
Todo mundo precisa de uma infância que não precise ser curada mais tarde.
Não basta não morrer. Ninguém veio ao mundo pra ser apenas sobrevivente.
Aproveitando o texto tão lindo da Quartinho da Dany, quero te convidar para fazermos uma reflexão:
Nossos pais ou os mais antigos tem essa tendência de dizer que apanhou e hoje agradece por ter se tornado um adulto honesto e educado.
A gente sabe muito bem que o que torna um adulto honesto, feliz e seguro é o amor, o limite, o carinho, as brincadeiras, os ensinamentos, o convívio, as conversas que os pais têm com ele quando ainda criança.
Os bons exemplos que os pais dão. Porque muito mais do que falar é fazer.
Muitas pessoas ainda confundem dar amor com não dar limites. Crianças precisam desesperadamente de limites (elas adoram), não de tapa. E sempre que puder, com algum ensinamento por trás.
Por exemplo, se o papai diz que não pode bagunçar a casa da vovó, mostre e ensine o porquê. Se a mamãe diz que sorvete antes do jantar não pode, faça a criança entender que a comida do jantar é importante para o crescimento e boa saúde dela.
Não é apenas dizer o não. E sim dizer com uma explicação e muito amor.
E cabe a nós, pais “de hoje”, quebrarmos o ciclo de violência, mesmo que a gente tenha apanhado muito quando criança.
Dar amor, limite e tratar com respeito nossas crianças é que verdadeiramente vão torná-las adultos felizes, seguros e realizados.
Vamos fazer diferente?
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